20071102

I love you berserk

ber-serk
adj.
Informal Unrestrained, as with enthusiasm or appetite; wild: berserk over chocolates

Berserk

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"A tradução para a palavra Berserk denota um guerreiro invencível e invulnerável que luta com fúria e causa medo e respeito até mesmo em seus inimigos." (...) "Já o sentido de Berserk em si, é um estado de fúria, quase beirando a loucura. Este estado é tanto físico quanto mental, visto que é necessário um motivo para que uma pessoa "entre" nele." (wikipédia)

20070722

Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio

que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
pois metade de mim é o que ouço
a outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço
que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
a outra metade um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o seu silêncio me fale cada vez mais
pois metade de mim é abrigo
a outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
pois metade de mim é platéia
a outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
pois metade de mim é amor
e a outra metade também
(Oswaldo Montenegro)

20070709

20070520

Vida Selvagem

Este fds fui ver uma exposicao de fotografias de animais selvagens, espectacular!!! As fotos, em formato gigantesco, estao expostas numa pequena praca da cidade de Amesterdao: Westermarkt.
Aqui vos deixo o link do website do fotografo, Steve Bloom que vale a pena visitar!!




20070420

A 180 graus

Ha duas semanas voei de Portugal para a Holanda, mais precisamente para Amesterdao (reparem que de acordo com o Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa suprimiram-se alguns acentos, mas eu prescindi de todos e como para bom entendedor meia palavra basta...). A minha vida mudou a 180 graus... e aos poucos, recomponho-me de tamanha mudanca. Se ha algum tempo ansiava por alguma mudanca na minha vida, esta foi sem duvida A GRANDE MUDANCA, pois nela estao implicadas muitas outras para as quais nao estava preparada. Considero-me uma pessoa flexivel e que se adapta facilmente a situacoes diferentes das ja conhecidas, mas admito que neste momento sinto-me como aquela giboia com um elefante na barriga (naquela digestao letargica da gigantesca refeicao), o desenho numero 1 do narrador de O Principezinho. E aos olhos do comum dos mortais, apenas transparece um chapeu, um inofensivo chapeu... Ao contrario do que esperava, nao esta frio e ate tivemos, no fds passado, um calorao que ate deu para fazer um churrasco e assim comecar a confraternizar com locais migrantes (mais precisamente portugueses). Amesterdao e uma cidade encantadora e que se calcoreia sobre duas rodas. Como a sabedoria popular refere, 'em Roma se (acento circunflexo sobre o e) romano', eu sigo-a (talvez nao a letra): ando de bicicleta laranja por ruas e pontes. Esta fase inicial lembra-me (em parte!!!) quando fui para Florenca-Italia em ERASMUS, pela burocracia a tratar (mas o espirito era completamente diferente). Em breve comeco as aulas de neerlandes, pois se nao fosse pelo ingles andaria aqui as aranhas!!! E tenho-me mantido ocupada com um trabalho voluntario que arranjei numa ONG chamada Both ENDS (e nao so!!). Nessa organizacao, fui muito bem acolhida e espero aprender imenso.
A ver se tiro umas quantas fotos para postar aqui no blog. No entretanto, deixo-vos na expectativa de mais novas com um abraco bem apertado.

20070331

O que é Gaia?

WHAT IS GAIA?

by James Lovelock







Most of us sense that the Earth is more than a sphere of rock with a thin layer of air, ocean and life covering the surface. We feel that we belong here as if this planet were indeed our home. Long ago the Greeks, thinking this way, gave to the Earth the name Gaia or, for short, Ge. In those days, science and theology were one and science, although less precise, had soul. As time passed this warm relationship faded and was replaced by the frigidity of the schoolmen. The life sciences, no longer concerned with life, fell to classifying dead things and even to vivisection. Ge was stolen from theology to become no more the root from which the disciplines of geography and geology were named. Now at last there are signs of a change. Science becomes holistic again and rediscovers soul, and theology, moved by ecumenical forces, begins to realise that Gaia is not to be subdivided for academic convenience and that Ge is much more than just a prefix.

The new understanding has come from going forth and looking back to see the Earth from space. The vision of that splendid white flecked blue sphere stirred us all, no matter that by now it is almost a visual cliche. It even opens the mind's eye, just as a voyage away from home enlarges the perspective of our love for those who remain there.

The first impact of those voyages was the sense of wonder given to the astronauts and to us as we shared their experience vicariously through television, but at the same time the Earth was viewed from outside by the more objective gaze of scientific instruments. These devices were quite impervious to human emotion yet they also sent back the information that let us see the Earth as a strange and beautiful anomaly. They showed our planet is made of the same elements and in much the same proportions as are Mars and Venus, but they also revealed our sibling planets to be bare and barren and as different from the Earth as a robin from a rock.

We now see that the air, the ocean and the soil are much more than a mere environment for life; they are a part of life itself. Thus the air is to life just as is the fur to a cat or the nest for a bird. Not living but something made by living things to protect against an otherwise hostile world. For life on Earth the air is our protection against the cold depths and fierce radiations of space.

There is nothing unusual in the idea of life on Earth interacting with the air, sea and rocks, but it took a view from outside to glimpse the possibility that this combination might consist of a single giant living system and one with the capacity to keep the Earth always at a state most favorable for the life upon it.

An entity comprising a whole planet and with a powerful capacity to regulate the climate needs a name to match. It was the novelist William Golding who proposed the name Gaia. Gladly we accepted his suggestion and Gaia is also the name of the hypothesis of science which postulates that the climate and the composition of the Earth always are close to an optimum for whatever life inhabits it.

The evidence gathered in support of Gaia is now considerable but as is often the way of science, this is less important than is its use as a kind of looking glass for seeing the world diferently, and which makes us ask new questions about the nature of Earth.

If we are "all creatures great and small," from bacteria to whales, part of Gaia then we are all of us potentially important to her well being. We knew in our hearts that the destruction of a whole ranges of other species was wrong but now we know why. No longer can we merely regret the passing of one of the great whales, or the blue butterfly, nor even the smallpox virus. When we eliminate one of these from Earth, we may have destroyed a part of ourselves, for we also are a part of Gaia.

There are many posibilities for comfort as there are for dismay in contemplating the consequences of our membership in this great commonwealth of living things. It may be that one role we play is as the senses and nervous system for Gaia. Through our eyes she has for the first time seen her very fair face and in our minds become aware of herself. We do indeed belong here. The earth is more than just a home, it's a living system and we are part of it.

clic

20070328

Swimming Ool by Kenn Nesbitt

Swimming in the swimming pool
is where I like to "B,"
wearing underwater goggles
so that I can "C."
Yesterday, before I swam,
I drank a cup of "T."
Now the pool is just an “ool”
because I took a "P."

20070321

Uma face da verdade

John Gray. Este nome chamou-me a atenção por um livro dele recentemente publicado em Portugal, «Sobre humanos e outros animais». E pesquisando mais sobre ele, a minha curiosidade aguçou-se. Afinal existem dois John Gray! Já tinha ouvido falar de um deles pelo tão falado livro sobre o relacionamento homem/mulher. (John Gray - Escritor americano e autor de livros de comportamento e relacionamentos.)

e o outro:

John Gray é escritor internacionalmente reconhecido e considerado um grande pensador na atualidade, natural da Inglaterra em meados de 1947.

Cursou Filosofia na Universidade de Oxford atualmente ensina Pensamento Europeu na London School of Economics.

Bibliografia

uma entrevista com John Gray


he he he, casualidades!!!

20070308



Índia







Mali









Sri Lanka









» In Southeast Asia and the Pacific, as well as Latin America, women's home gardens represent some of the most complex agricultural systems known. Rural women in developing countries play a crucial role as custodians of genetic diversity and related knowledge on plant varieties and their uses.


» In Asia, up to 90 percent of the operations related to rice cultivation are carried out by women. Globally, women produce more than half the food that is grown and are primarily responsible for preparing, storing and processing food. In many countries, however, women are the last family members to eat, and their nutritional needs are met only when and if the men and children have had enough.


» In Africa, 90 percent of the household water and wood needs for food preparation is done by women. In many regions of the world, women spend up to five hours per day collecting fuelwood and water.

20070307

Pede um desejo...

From blowing dandelion seeds into the air to throwing a penny into a fountain, we have all felt inspired to make a wish, to whisper our secret desires into the ears of the universe and wait for signs that we have been heard. Some wishes come true while others remain ethereal visions that either stay with us or fade like a star in the light of morning. Whether they come true or not, wishes are important missives, expressing our heart's desire as well as our intention to create something new in our lives. When we wish for something, our consciousness opens to receiving it, like a flower unfolding its petals to receive a bee.

There is something innocent and magical about making a wish, something that recalls the energy of childhood. Wishing is not about formulating a plan and following it step by step to attain a goal, which is the realm of adulthood. Wishing is more like a playful volley across the universe, an invitation to play. Waiting for the response is an integral part of the process. Wishing inspires an innocent opening to the possibility of magic as we wait to see if the invisible realm will bring our wish to life. This opening is a beautiful gesture in and of itself, regardless of the outcome. We place ourselves in a magical mind, and this mind is arguably as wonderful as the fulfillment of our wish itself.

In our straightforward, action-oriented society, we may tend to dismiss the power of this seemingly passive process, yet the power of a wish is well known, hence the cautionary phrase, "Be careful what you wish for." If you have given up wishing in favor of more adult pursuits, you might want to bring its magic back into your life. The next time you see the first star of the evening, or find yourself in front of a birthday cake covered in flaming candles, give yourself the gift of the magical realm that you knew so well as a child-close your eyes, open your mind, and make your wish.

Oggi la mamma arriva!!!!

Hoje, depois de muitos muitos muitos dias fora, a mamã chega. A curiosidade e a saudade estão em alta!!
Mas no mundo à nossa volta outras coisas acontecem; apesar de hoje estar um solinho meio tímido, todos os distritos de Portugal, à excepção do de Santarém, estão em alerta amarelo ou laranja devido ao mau tempo. Outra notícia de destaque é a do caso Apito Dourado, Valentim Loureiro vai ser julgado por 27 crimes. Será que é desta que vamos ver a 'cegueira' da justiça?
Hoje faz 50 anos que a televisão nasceu em Portugal! E pensar que já se olha para aquela caixa como se ela sempre tivesse existido.

Mais coisas interessantes:
No ano que marca duas décadas sobre a morte de Zeca Afonso, um dos mais importantes nomes da música de intervenção, um disco com a sua assinatura chega ao primeiro lugar da tabela nacional de álbuns mais vendidos.


20070306

Um tesouro oculto

Balada da neve


...mas não a dos Gato Fedorento (Smelly cat)


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.

Augusto Gil

Mistério...

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum.

Alberto Caeiro


Foto: Anne Guedes

«Diário de um escândalo»

"As pessoas sempre me confiaram os seus segredos, mas a quem confio os meus?"

OpiNiõeS sObrE diÁriOs

O termo diário pode-se referir a:
  • Diário, um acontecimento que toma lugar todos os dias.
  • Diário, uma agenda pessoal sobre o dia-a-dia. (Diário é uma agenda pessoal onde se escreve um resumo do dia. O diário é um dos géneros mais comumente cultivados, pois é confidente tanto do homem público como do homem privado. O estatuto do diário é o da confidência e a relação establecida entre o eu e o diário define-se pela contradição entre a vontade de falar e a de guardar segredo. No diário o destinador e o destinatário são a mesma pessoa.)
  • Diário, um jornal.
  • Diário (contábil): livro de registros contábeis, exigido pela legislação do Brasil e de vários outros países.

Diário da tua ausência: "Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."

Diário de um killer profissional


e tu, 'diárias'?

20070303

Hoje...

eclipse total da lua, a partir das 20h16

a lua

um eclipse lunar

fase lunar actual

Grão de bico

Sem se dar conta das consequências ou até talvez sim mas pensando estar no controlo da situação, Grão de bico deixou-se levar pela magia da Rota dos Beijos. Dadas as circunstâncias, seguir a Rota dos Beijos era como que um caminho proibido e consoante os passos dados poderia encontrar o pote da felicidade ou então cair num abismo de mágoas. Algo começara a crescer no coração de Grão de bico que o impelia a prosseguir a Rota dos Beijos, era algo, embora ainda embrionário, muito genuíno e verdadeiro. A caminhada de Grão de bico foi-se preenchendo de alegria, excitação, euforia e de uma esperança tamanha de não lhe caber no peito. Aquela semente no coração de Grão de bico expandia-se com toda a força. Encontraria Grão de bico o pote da felicidade? Como em todos os contos e estórias surge o lado mau, o lado negro e esta não é excepção. A sombra no caminho de Grão de bico eram as tais "dadas circunstâncias" que levavam Grão de bico a ponderar as suas opções, a indagar se prosseguir a Rota dos Beijos o levaria mesmo a encontrar o pote da felicidade. A sombra foi crescendo com as suas dúvidas de tal forma que a sua caminhada foi-se tornando penosa. Grão de bico ainda encontrava alegria debaixo de cada pedra do caminho, excitação nas flores que desabrochavam à sua passagem, euforia nas asas dos pássaros que o acompanhavam e até mesmo a esperança, essa no âmago da semente entranhada no seu coração. Hoje Grão de bico tem umas pontadas no coração, sempre que revira uma pedra e não encontra aquela alegria, sempre que uma flor desabrocha e aquela excitação não se liberta, sempre que um pássaro lhe faz um vôo rasante e nas suas asas não traz aquela euforia. As pontadas são a esperança aprisionada na semente ressequida do coração de Grão de bico, debatendo-se ao pressentir os pássaros, as flores e as pedras. O que aconteceu a Grão de bico para carregar tal dor no coração? Bem, parece que a sombra foi crescendo e Grão de bico, como que num jogo de esconde-esconde, correu pela Rota dos Beijos afora, mergulhou em moitas sustendo a respiração para não ser descoberto, empoleirou-se em galhos de árvores altas para não ser apanhado. Mas um dia, desavisado pela visão de uma acrobacia eufórica de pássaros a sombra veio por trás e entrelaçou-se em todo o seu ser e Grão de bico cedeu. Seguiu outra direcção, diferente da da Rota dos Beijos, também ela com alegrias, excitações, euforias mas essas com um sabor diferente. A esperança? Filósofos(*) há que dizem que a esperança é um sonho acordado ou que enquanto há vida há esperança. Gosto especialmente da descrição da escritora(**) que diz que a esperança é a coisa com penas, que se empoleira na nossa alma, cantando a melodia sem as palavras e que não acaba nunca. Quanto a Grão de bico, só o seu coração encerra essa verdade.





(*) Cícero e Aristóteles
(**) Emily Dickinson

20070302

Poema PUBLICO


Na morte de Manuela Porto

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir
à despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

José Gomes Ferreira
(1900-1985)

A cor é vida!!!


Fiéis hindus combrem-se com pó colorido durante as celebrações do festival de Holi, em Amritsar, na Índia. O acontecimento reúne pessoas de todos os credos que tentam livrar-se dos medos e inibições no meio de uma névoa de cor, que dá as boas-vindas ao novo ciclo. Foto: Narinder Nanu/AFP



Morreu Herman Brix, o tarzan de 1935
28.02.2007 - 19h45 AFP

O antigo atleta e actor norte-americano Herman Brix, que desempenhou o papel de Tarzan em 1935, morreu na Califórnia aos cem anos, informou hoje o jornal “Los Angeles Times”.

Brix, mais conhecido como Bruce Bennett, ganhou uma medalha no lançamento de pesos nos Jogos Olímpicos de 1928 em Amesterdão, antes de ser chamado para o filme “As Novas Aventuras de Tarzan”, em 1935.

O actor optou por abandonar a sua carreira no cinema em 1960.


Só para saber:

Lhaneza (Palavra Tabu)


20070217

Do fundinho do baú!!

A remexer numas pastas antigas desencantei estas recordações fotográficas, espreitem!



20070214

Solilóquio

soliloquio. (Del lat. soliloquĭum). 1. m. Reflexión en voz alta y a solas. 2. m. Parlamento que hace de este modo un personaje de obra dramática o de otra semejante.
Fuente:
Real Academia Española © Todos los derechos reservados


Campeonato Nacional da Língua Portuguesa

Prémio Branquinho da Fonseca

-- sobre literatura infanto-juvenil e o mais que se verá...


Sugestão/leitura: Amor líquido __ Zigmund Bauman; O título do livro do sociólogo polonês Zigmunt Bauman é sugestivo e, sobretudo, apropriado para um sentimento que não se submete docilmente a definições. Professor emérito de sociologia nas Universidades de Varsóvia e de Leeds, na Inglaterra, ele tem vários livros traduzidos para o português, e o tema recorrente em sua obra são os vínculos sociais possíveis no mundo atual, neste tempo que se convencionou denominar de pós-modernidade.

A noção de liquidez, quando se refere às relações humanas, tem um sentido inverso ao empregado nas relações bancárias, a disponibilidade de recursos financeiros. A liquidez de quem tem uma conta polpuda no banco, acessível a partir de um comando eletrônico é capaz de tornar qualquer desejo uma realidade concreta. É um atributo potencializador. O amor líquido, ao contrário, é a sensação de bolsos vazios.

É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas.

A área de estudo principal de Bauman é a sociologia, o campo do pensamento que vai ser o ponto de partida e o foco fundamental do retrato sobre a urgência de viver um relacionamento plenamente satisfatório dos cidadãos pós-modernos. Digamos que as dificuldades vividas por um casal refletem o estilo que uma comunidade mais ampla estabelece como padrão aceitável de relacionamento entre seus vizinhos, entre os que habitam um espaço comum. Bauman é realista. Sabe que “nenhuma união de corpos pode, por mais que se tente, escapar à moldura social e cortar todas as conexões com outras facetas da existência social”. Portanto, partindo do seu campo específico de estudo, ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias no mundo globalizado.

Mundo que ele identifica como líquido, em que as relações se estabelecem com extraordinária fluidez, que se movem e escorrem sem muitos obstáculos, marcadas pela ausência de peso, em constante e frenético movimento. Em seus livros anteriores, já traduzidos e disponíveis para o leitor brasileiro, Bauman defende a idéia de que esse processo de liquefação dos laços sociais não é um desvio de rota na história da civilização ocidental, mas uma proposta contida na própria instauração da modernidade. A globalização, palavra onde estão contidos os prós e os contras da vida contemporânea e suas conseqüências políticas e sociais, pode ser um conceito meio difuso, mas ninguém fica imune aos seus efeitos. A rapidez da troca de informações e as respostas imediatas que esse intercâmbio acarreta nas decisões diárias; qualidades e produtos que ficam obsoletos antes do prazo de vencimento; a incerteza radicalizada em todos os campos da interação humana; a falta de padrões reguladores precisos e duradores; são evidências compartilhadas por todos os que estão neste barco do mundo pós-moderno. Se esse é o pano de fundo do momento, ele vai imprimir sua marca em todos as possibilidades da experiência, inclusive nos relacionamentos amorosos. O sociólogo Zygmunt Bauman mostra como o amor também passa a ser vivenciado de uma maneira mais insegura, com dúvidas acrescidas à já irresistível e temerária atração de se unir ao outro. Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, nunca os casais se sentiram tão ansiosos e prontos para rever, ou reverter o rumo da relação.

O apelo por fazer escolhas que possam num espaço muito curto de tempo serem trocadas por outras mais atualizadas e mais promissoras, não apenas orientam as decisões de compra num mercado abundante de produtos novos, mas também parecem comandar o ritmo da busca por parceiros cada vez mais satisfatórios. A ordem do dia nos motiva a entrar em novos relacionamentos sem fechar as portas para outros que possam eventualmente se insinuar com contornos mais atraentes, o que explica o sucesso do que o autor chama de casais semi-separados. Ou então, mais ou menos casados, o que pode ser praticamente a mesma coisa. Não dividir o mesmo espaço, estabelecer os momentos de convívio que preservem a sensação de liberdade, evitar o tédio e os conflitos da vida em comum podem se tornar opções que se configuram como uma saída que promete uma relação com um nível de comprometimento mais fácil de ser rompido. É como procurar um abrigo sem vontade de ocupá-lo por inteiro. A concentração no movimento da busca perde o foco do objeto desejado. Insatisfeitos, mas persistentes, homens e mulheres continuam perseguindo a chance de encontrar a parceria ideal, abrindo novos campos de interação. Daí a popularidade dos pontos de encontros virtuais, muitos são mais visitados que os bares para solteiros, locais físicos e concretos, onde o tête à tête, o olho no olho é o início de um possível encontro. Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se. Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias, e sem prejuízos. Num mundo instantâneo, é preciso estar sempre pronto para outra. Não há tempo para o adiamento, para postergar a satisfação do desejo, nem para o seu amadurecimento. É mais prudente uma sucessão de encontros excitantes com momentos doces e leves que não sejam contaminados pelo ardor da paixão, sempre disposta a enveredar por caminhos que aprisionam e ameaçam a prontidão de estar sempre disponível para novas aventuras. Bauman mostra que estamos todos mais propensos às relações descartáveis, a encenar episódios românticos variados, assim como os seriados de televisão e seus personagens com quem se identificam homens e mulheres do mundo inteiro. Seus equívocos amorosos divertem os telespectadores, suas dificuldades e misérias afetivas são acompanhadas com o sorriso de quem sabe que não está sozinho no complicado jogo de esconde-esconde amoroso.

A tecnologia da comunicação proporciona uma quantidade inesgotável de troca de mensagens entre os cidadãos ávidos por relacionar-se. Mas nem sempre os intercâmbios eletrônicos funcionam como um prólogo para conversas mais substanciais, quando os interlocutores estiverem frente a frente. Os habitantes circulando pelas conexões líquidas da pós-modernidade são tagarelas a distância, mas, assim que entram em casa, fecham-se em seus quartos e ligam a televisão.

Zygmunt Bauman explica que hoje “a proximidade não exige mais a contigüidade física; e a contigüidade física não determina mais a proximidade”. Mas ele reconhece que “seria tolo e irresponsável culpar as engenhocas eletrônicas pelo lento, mas constante recuo da proximidade contínua, pessoal, direta, face a face, multifacetada e multiuso”. As relações humanas dispõem hoje de mecanismos tecnológicos e de um consenso capaz de torná-las mais frouxas, menos restritivas. É preciso se ligar, mas é imprescindível cortar a dependência, deve-se amar, porém sem muitas expectativas, pois elas podem rapidamente transformar um bom namoro num sufoco, numa prisão. Um relacionamento intenso pode deixar a vida um inferno, contudo, nunca houve tanta procura em relacionar-se. Bauman vê homens e mulheres presos numa trincheira sem saber como sair dela, e, o que é ainda mais dramático, sem reconhecer com clareza se querem sair ou permanecer nela. Por isso movimentam-se em várias direções, entram e saem de casos amorosos com a esperança mantida às custas de um esforço considerável, tentando acreditar que o próximo passo será o melhor. A conclusão não pode ser outra: “a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum”.

Amor líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman, mostra-nos que hoje estamos mais bem aparelhados para disfarçar um medo antigo. A sociedade neoliberal, pós-moderna, líquida, para usar o adjetivo escolhido pelo autor, e perfeitamente ajustado para definir a atualidade, teme o que em qualquer período da trajetória humana sempre foi vivido como uma ameaça: o desejo e o amor por outra pessoa.

O mais recente título do sociólogo polonês, que recebeu os prêmios Amalfi (em 1989, pelo livro Modernidade e Holocausto), e Adorno (em 1998, pelo conjunto de sua obra), é uma leitura precisa e eloqüente, um convite a uma reflexão aberta não apenas aos estudantes e interessados em trabalhos acadêmicos. O seu texto claro, apesar de fortemente estruturado numa erudição consistente, não deixa de abrir espaço para o leitor comum, interessado em compreender como as estruturas sociais e econômicas dos tempos atuais, tentam dar conta da complexidade do amor que, com a permissão de citá-lo mais uma vez, é “uma hipoteca baseada num futuro incerto e inescrutável”.

Ao amigo Isra


Parabéns!!!!!!!!!!!
Felicidade sem fim!!!!!


Care2 Valentine E-Cards

Também quero!!!



brum brum!!!



homenagem à tweety... linda!!!!

20070213

Viva os bebés!!

Fico feliz de me aperceber que mesmo depois de algum tempo de latência, os meus queridos leitores não desistiram de cá vir espreitar, obrigada! Voltei e voltei em rosa! De facto, este visual tem tudo a ver comigo, rosa por todo o lado.

Inspirada no dia de amanhã, dedico este post aos miminhos, à/ao mais-que-tudo, que não devem ser esquecidos nem amanhã nem nunca. Eles são imprescindíveis todos os dias, e não só em dias 'especiais'.

«Pela sua saúde... case-se. É a principal conclusão de um estudo divulgado pela Sociedade Americana de Sociologia e realizado pela Universidade de Ohio. Segundo os seus autores, Adrianne Frech e Kristi Williams, "o casamento fortalece o sistema de defesa do organismo e contribui para a resolução de problemas de depressão", com evidentes benefícios a nível emocional. Sentir-se amado favorece a auto-estima e aumenta a sensação de bem-estar e felicidade. Facto curioso é que a relação a dois mostrou-se também benéfica na prevenção de doenças cardíacas e do vírus da gripe. pelo contrário, os solteiros tendem a ser mais vítimas de stress e do trabalho em excesso, consumindo mais álcool e tabaco do que os casados._Lusa, Janeiro 2007)»

Ritá, tu que já tomaste esse valente 'comprimido' sentes isto tudo??

Uma sugestão para hoje, amanhã e para os dias vindouros: Palavras doces

20070212

Um sim não vinculativo mas pró-mudança

PARA ALÉM DA RETÓRICA DA CAMPANHA
A actual lei portuguesa chegava para despenabilizar, se fosse aplicada como em Espanha?


A vitória do «Sim»
Pedro Curvelo

A vitória clara do «Sim», apesar de não juridicamente vinculativa, no referendo sobre a despenalização do aborto até às 10 semanas de gravidez permite diversas leituras:

1 – A vitória do «Sim» permite a alteração de uma lei injusta e ineficaz. Esperemos que não abra a porta à banalização de um acto que nunca pode ser encarado como vulgar e que as mulheres portuguesas mostrem que os argumentos esgrimidos por alguns defensores do «Não» - que o aborto passaria a ser decidido como um capricho ou que seria mais um método anti-concepcional – não passam daquilo que parecem: slogans primários de quem julga as mulheres como seres menores e desprovidas de discernimento.

2 – Os portugueses continuam a mostrar fraca adesão ao instrumento do referendo, o que obriga a repensar alguns aspectos: deve-se baixar a fasquia da vinculação dos resultados para os 33 ou 40%? Deve-se colar os referendos a actos eleitorais para aumentar a afluência às urnas? Deve-se, pura e simplesmente, acabar com este mecanismo? O que aconteceria se as eleições só tivessem resultados vinculativos com esta fasquia, alguma vez conseguíriamos eleger eurodeputados? Este é um debate que seria útil realizar.

3 – Apesar da elevada abstenção, votaram mais 1,1 milhões de portugueses. Neste referendo votaram mais 444 mil eleitores do que nas eleições para o Parlamento Europeu em 2004. Apenas três distritos (Castelo Branco, Leiria e Porto) alteraram o sentido de voto maioritário face a 1998 - em todos os casos a favor do «Sim».

4 – O dr. Luís Filipe Menezes vence o prémio para «a mais surreal leitura dos resultados» ao considerar que Sócrates sofreu uma «enorma derrota». Somando a abstenção aos votos do «Não», diz Menezes, «uma iniciativa política do primeiro-ministro é reprovada por cerca de 80% dos portugueses». Seria um bom sketch para o Gato Fedorento, mas vindo de alguém que ambiciona liderar um dos dois maiores partidos portugueses é, no mínimo, deprimente.

5 – O PS quer aprovar as alterações à lei até final da sessão legislativa. Óptimo, este é um capítulo que deve ser encerrado o mais depressa possível. É bom sinal que o líder socialista refira a necessidade de um período de reflexão na nova lei.

6 – Com a despenalização do aborto até às 10 semanas poderemos ver o fim do aborto clandestino? Talvez não, mas pelo menos as mulheres que tomem a decisão de interromper a gravidez naquele prazo podem recorrer a meios seguros, legais e sem enriquecer alguns carniceiros.

7 – Como era bom que temas como o apoio à maternidade, a baixa natalidade em Portugal, a inexistente educação sexual fossem debatidos sem ser necessário realizar-se um referendo sobre o aborto...

pedrocurvelo@dinheirodigital.pt

20070210

Um livro aberto

Vidência explicada pela ciência (hehe); um grupo de cientistas consegue ler a intenção de uma pessoa!!! A nossa caixinha de segredos é, cada vez mais, posta a nu pela ciência (LER MAIS). Mas ontem, não era preciso ser cientista para saber qual a intenção (desejo) de muitos portugueses, nem vidente!!! O cobiçado jackpot do euromilhões, 100 milhões de euros... todinho para a Bélgica.

20070208

O regresso


«Time is never time at all, you can never ever leave without leaving a piece of youth, and our lives are forever changed, we will never be the same...» Smashing Pumpkins era a minha banda preferida na minha adolescência, especialmente o albúm Mellon Collie & The Infinite Sadness. Decidi partilhar isto porque descobri que eles voltam a Portugal após terem renascido como grupo. Dia 9 de Junho no passeio marítimo de Algés.

Desabituei-me de escrever... mas peço aos persistentes que tenham mais um pouco de paciência, isto vai ao sítio.

Obrigada aos meus queridos leitores.

«Goodnight, my love, to every hour in every day
Goodnight, always, to all that's pure that's in your heart.»