20070217

Do fundinho do baú!!

A remexer numas pastas antigas desencantei estas recordações fotográficas, espreitem!



20070214

Solilóquio

soliloquio. (Del lat. soliloquĭum). 1. m. Reflexión en voz alta y a solas. 2. m. Parlamento que hace de este modo un personaje de obra dramática o de otra semejante.
Fuente:
Real Academia Española © Todos los derechos reservados


Campeonato Nacional da Língua Portuguesa

Prémio Branquinho da Fonseca

-- sobre literatura infanto-juvenil e o mais que se verá...


Sugestão/leitura: Amor líquido __ Zigmund Bauman; O título do livro do sociólogo polonês Zigmunt Bauman é sugestivo e, sobretudo, apropriado para um sentimento que não se submete docilmente a definições. Professor emérito de sociologia nas Universidades de Varsóvia e de Leeds, na Inglaterra, ele tem vários livros traduzidos para o português, e o tema recorrente em sua obra são os vínculos sociais possíveis no mundo atual, neste tempo que se convencionou denominar de pós-modernidade.

A noção de liquidez, quando se refere às relações humanas, tem um sentido inverso ao empregado nas relações bancárias, a disponibilidade de recursos financeiros. A liquidez de quem tem uma conta polpuda no banco, acessível a partir de um comando eletrônico é capaz de tornar qualquer desejo uma realidade concreta. É um atributo potencializador. O amor líquido, ao contrário, é a sensação de bolsos vazios.

É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas.

A área de estudo principal de Bauman é a sociologia, o campo do pensamento que vai ser o ponto de partida e o foco fundamental do retrato sobre a urgência de viver um relacionamento plenamente satisfatório dos cidadãos pós-modernos. Digamos que as dificuldades vividas por um casal refletem o estilo que uma comunidade mais ampla estabelece como padrão aceitável de relacionamento entre seus vizinhos, entre os que habitam um espaço comum. Bauman é realista. Sabe que “nenhuma união de corpos pode, por mais que se tente, escapar à moldura social e cortar todas as conexões com outras facetas da existência social”. Portanto, partindo do seu campo específico de estudo, ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias no mundo globalizado.

Mundo que ele identifica como líquido, em que as relações se estabelecem com extraordinária fluidez, que se movem e escorrem sem muitos obstáculos, marcadas pela ausência de peso, em constante e frenético movimento. Em seus livros anteriores, já traduzidos e disponíveis para o leitor brasileiro, Bauman defende a idéia de que esse processo de liquefação dos laços sociais não é um desvio de rota na história da civilização ocidental, mas uma proposta contida na própria instauração da modernidade. A globalização, palavra onde estão contidos os prós e os contras da vida contemporânea e suas conseqüências políticas e sociais, pode ser um conceito meio difuso, mas ninguém fica imune aos seus efeitos. A rapidez da troca de informações e as respostas imediatas que esse intercâmbio acarreta nas decisões diárias; qualidades e produtos que ficam obsoletos antes do prazo de vencimento; a incerteza radicalizada em todos os campos da interação humana; a falta de padrões reguladores precisos e duradores; são evidências compartilhadas por todos os que estão neste barco do mundo pós-moderno. Se esse é o pano de fundo do momento, ele vai imprimir sua marca em todos as possibilidades da experiência, inclusive nos relacionamentos amorosos. O sociólogo Zygmunt Bauman mostra como o amor também passa a ser vivenciado de uma maneira mais insegura, com dúvidas acrescidas à já irresistível e temerária atração de se unir ao outro. Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, nunca os casais se sentiram tão ansiosos e prontos para rever, ou reverter o rumo da relação.

O apelo por fazer escolhas que possam num espaço muito curto de tempo serem trocadas por outras mais atualizadas e mais promissoras, não apenas orientam as decisões de compra num mercado abundante de produtos novos, mas também parecem comandar o ritmo da busca por parceiros cada vez mais satisfatórios. A ordem do dia nos motiva a entrar em novos relacionamentos sem fechar as portas para outros que possam eventualmente se insinuar com contornos mais atraentes, o que explica o sucesso do que o autor chama de casais semi-separados. Ou então, mais ou menos casados, o que pode ser praticamente a mesma coisa. Não dividir o mesmo espaço, estabelecer os momentos de convívio que preservem a sensação de liberdade, evitar o tédio e os conflitos da vida em comum podem se tornar opções que se configuram como uma saída que promete uma relação com um nível de comprometimento mais fácil de ser rompido. É como procurar um abrigo sem vontade de ocupá-lo por inteiro. A concentração no movimento da busca perde o foco do objeto desejado. Insatisfeitos, mas persistentes, homens e mulheres continuam perseguindo a chance de encontrar a parceria ideal, abrindo novos campos de interação. Daí a popularidade dos pontos de encontros virtuais, muitos são mais visitados que os bares para solteiros, locais físicos e concretos, onde o tête à tête, o olho no olho é o início de um possível encontro. Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se. Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias, e sem prejuízos. Num mundo instantâneo, é preciso estar sempre pronto para outra. Não há tempo para o adiamento, para postergar a satisfação do desejo, nem para o seu amadurecimento. É mais prudente uma sucessão de encontros excitantes com momentos doces e leves que não sejam contaminados pelo ardor da paixão, sempre disposta a enveredar por caminhos que aprisionam e ameaçam a prontidão de estar sempre disponível para novas aventuras. Bauman mostra que estamos todos mais propensos às relações descartáveis, a encenar episódios românticos variados, assim como os seriados de televisão e seus personagens com quem se identificam homens e mulheres do mundo inteiro. Seus equívocos amorosos divertem os telespectadores, suas dificuldades e misérias afetivas são acompanhadas com o sorriso de quem sabe que não está sozinho no complicado jogo de esconde-esconde amoroso.

A tecnologia da comunicação proporciona uma quantidade inesgotável de troca de mensagens entre os cidadãos ávidos por relacionar-se. Mas nem sempre os intercâmbios eletrônicos funcionam como um prólogo para conversas mais substanciais, quando os interlocutores estiverem frente a frente. Os habitantes circulando pelas conexões líquidas da pós-modernidade são tagarelas a distância, mas, assim que entram em casa, fecham-se em seus quartos e ligam a televisão.

Zygmunt Bauman explica que hoje “a proximidade não exige mais a contigüidade física; e a contigüidade física não determina mais a proximidade”. Mas ele reconhece que “seria tolo e irresponsável culpar as engenhocas eletrônicas pelo lento, mas constante recuo da proximidade contínua, pessoal, direta, face a face, multifacetada e multiuso”. As relações humanas dispõem hoje de mecanismos tecnológicos e de um consenso capaz de torná-las mais frouxas, menos restritivas. É preciso se ligar, mas é imprescindível cortar a dependência, deve-se amar, porém sem muitas expectativas, pois elas podem rapidamente transformar um bom namoro num sufoco, numa prisão. Um relacionamento intenso pode deixar a vida um inferno, contudo, nunca houve tanta procura em relacionar-se. Bauman vê homens e mulheres presos numa trincheira sem saber como sair dela, e, o que é ainda mais dramático, sem reconhecer com clareza se querem sair ou permanecer nela. Por isso movimentam-se em várias direções, entram e saem de casos amorosos com a esperança mantida às custas de um esforço considerável, tentando acreditar que o próximo passo será o melhor. A conclusão não pode ser outra: “a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum”.

Amor líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman, mostra-nos que hoje estamos mais bem aparelhados para disfarçar um medo antigo. A sociedade neoliberal, pós-moderna, líquida, para usar o adjetivo escolhido pelo autor, e perfeitamente ajustado para definir a atualidade, teme o que em qualquer período da trajetória humana sempre foi vivido como uma ameaça: o desejo e o amor por outra pessoa.

O mais recente título do sociólogo polonês, que recebeu os prêmios Amalfi (em 1989, pelo livro Modernidade e Holocausto), e Adorno (em 1998, pelo conjunto de sua obra), é uma leitura precisa e eloqüente, um convite a uma reflexão aberta não apenas aos estudantes e interessados em trabalhos acadêmicos. O seu texto claro, apesar de fortemente estruturado numa erudição consistente, não deixa de abrir espaço para o leitor comum, interessado em compreender como as estruturas sociais e econômicas dos tempos atuais, tentam dar conta da complexidade do amor que, com a permissão de citá-lo mais uma vez, é “uma hipoteca baseada num futuro incerto e inescrutável”.

Ao amigo Isra


Parabéns!!!!!!!!!!!
Felicidade sem fim!!!!!


Care2 Valentine E-Cards

Também quero!!!



brum brum!!!



homenagem à tweety... linda!!!!

20070213

Viva os bebés!!

Fico feliz de me aperceber que mesmo depois de algum tempo de latência, os meus queridos leitores não desistiram de cá vir espreitar, obrigada! Voltei e voltei em rosa! De facto, este visual tem tudo a ver comigo, rosa por todo o lado.

Inspirada no dia de amanhã, dedico este post aos miminhos, à/ao mais-que-tudo, que não devem ser esquecidos nem amanhã nem nunca. Eles são imprescindíveis todos os dias, e não só em dias 'especiais'.

«Pela sua saúde... case-se. É a principal conclusão de um estudo divulgado pela Sociedade Americana de Sociologia e realizado pela Universidade de Ohio. Segundo os seus autores, Adrianne Frech e Kristi Williams, "o casamento fortalece o sistema de defesa do organismo e contribui para a resolução de problemas de depressão", com evidentes benefícios a nível emocional. Sentir-se amado favorece a auto-estima e aumenta a sensação de bem-estar e felicidade. Facto curioso é que a relação a dois mostrou-se também benéfica na prevenção de doenças cardíacas e do vírus da gripe. pelo contrário, os solteiros tendem a ser mais vítimas de stress e do trabalho em excesso, consumindo mais álcool e tabaco do que os casados._Lusa, Janeiro 2007)»

Ritá, tu que já tomaste esse valente 'comprimido' sentes isto tudo??

Uma sugestão para hoje, amanhã e para os dias vindouros: Palavras doces

20070212

Um sim não vinculativo mas pró-mudança

PARA ALÉM DA RETÓRICA DA CAMPANHA
A actual lei portuguesa chegava para despenabilizar, se fosse aplicada como em Espanha?


A vitória do «Sim»
Pedro Curvelo

A vitória clara do «Sim», apesar de não juridicamente vinculativa, no referendo sobre a despenalização do aborto até às 10 semanas de gravidez permite diversas leituras:

1 – A vitória do «Sim» permite a alteração de uma lei injusta e ineficaz. Esperemos que não abra a porta à banalização de um acto que nunca pode ser encarado como vulgar e que as mulheres portuguesas mostrem que os argumentos esgrimidos por alguns defensores do «Não» - que o aborto passaria a ser decidido como um capricho ou que seria mais um método anti-concepcional – não passam daquilo que parecem: slogans primários de quem julga as mulheres como seres menores e desprovidas de discernimento.

2 – Os portugueses continuam a mostrar fraca adesão ao instrumento do referendo, o que obriga a repensar alguns aspectos: deve-se baixar a fasquia da vinculação dos resultados para os 33 ou 40%? Deve-se colar os referendos a actos eleitorais para aumentar a afluência às urnas? Deve-se, pura e simplesmente, acabar com este mecanismo? O que aconteceria se as eleições só tivessem resultados vinculativos com esta fasquia, alguma vez conseguíriamos eleger eurodeputados? Este é um debate que seria útil realizar.

3 – Apesar da elevada abstenção, votaram mais 1,1 milhões de portugueses. Neste referendo votaram mais 444 mil eleitores do que nas eleições para o Parlamento Europeu em 2004. Apenas três distritos (Castelo Branco, Leiria e Porto) alteraram o sentido de voto maioritário face a 1998 - em todos os casos a favor do «Sim».

4 – O dr. Luís Filipe Menezes vence o prémio para «a mais surreal leitura dos resultados» ao considerar que Sócrates sofreu uma «enorma derrota». Somando a abstenção aos votos do «Não», diz Menezes, «uma iniciativa política do primeiro-ministro é reprovada por cerca de 80% dos portugueses». Seria um bom sketch para o Gato Fedorento, mas vindo de alguém que ambiciona liderar um dos dois maiores partidos portugueses é, no mínimo, deprimente.

5 – O PS quer aprovar as alterações à lei até final da sessão legislativa. Óptimo, este é um capítulo que deve ser encerrado o mais depressa possível. É bom sinal que o líder socialista refira a necessidade de um período de reflexão na nova lei.

6 – Com a despenalização do aborto até às 10 semanas poderemos ver o fim do aborto clandestino? Talvez não, mas pelo menos as mulheres que tomem a decisão de interromper a gravidez naquele prazo podem recorrer a meios seguros, legais e sem enriquecer alguns carniceiros.

7 – Como era bom que temas como o apoio à maternidade, a baixa natalidade em Portugal, a inexistente educação sexual fossem debatidos sem ser necessário realizar-se um referendo sobre o aborto...

pedrocurvelo@dinheirodigital.pt

20070210

Um livro aberto

Vidência explicada pela ciência (hehe); um grupo de cientistas consegue ler a intenção de uma pessoa!!! A nossa caixinha de segredos é, cada vez mais, posta a nu pela ciência (LER MAIS). Mas ontem, não era preciso ser cientista para saber qual a intenção (desejo) de muitos portugueses, nem vidente!!! O cobiçado jackpot do euromilhões, 100 milhões de euros... todinho para a Bélgica.

20070208

O regresso


«Time is never time at all, you can never ever leave without leaving a piece of youth, and our lives are forever changed, we will never be the same...» Smashing Pumpkins era a minha banda preferida na minha adolescência, especialmente o albúm Mellon Collie & The Infinite Sadness. Decidi partilhar isto porque descobri que eles voltam a Portugal após terem renascido como grupo. Dia 9 de Junho no passeio marítimo de Algés.

Desabituei-me de escrever... mas peço aos persistentes que tenham mais um pouco de paciência, isto vai ao sítio.

Obrigada aos meus queridos leitores.

«Goodnight, my love, to every hour in every day
Goodnight, always, to all that's pure that's in your heart.»