20060523

B de B.leza


Fundado há vários anos pelo Casa Pia Atlético Clube, o B.Leza mantém um estatuto especial nas noites lisboetas. É um misto de café-concerto africano, bar dançante e clube de convívio, a que se junta o charme próprio do palacete do século XVII em que se encontra albergado, na zona de Santos, em Lisboa. Apesar das numerosas ventoinhas a funcionar, o ambiente do B.leza é sempre quente e acolhedor. Envoltos nas paredes vermelhas e coçadas pelo tempo, iluminação de cabaret e cortinas escuras, os corpos bamboleiam-se inebriados ao ritmo da coladeira, da kizonba e do funana, danças típicas de Cabo Verde. É um local desinibido e sensual, onde ninguém escapa a um convite para dançar mesmo que não tenha trazido par. É esse um dos encantos do B.leza, os pares constituem-se no momento, dançam uma música, agradecem e partem à procura de outro interessado em soltar as energias quinéticas que o local transmite.

Mas quem não gosta de dar ao pé, pode gozar com os olhos ou sair da sala de dança e explorar os corredores e escadarias do palácio. Há ainda uma sala de convívio mais recatada e propícia à conversa e onde porventura dormem os espíritos dos aristocratas que no século XVII frequentavam o palacete. Há mesmo quem diga que o B.leza funcionava como o salão nobre de música do Marquês de Pombal. Se é ou não verdade, pouco importa, é mais um elemento a juntar à magia do local.

Aberto todas as noites, excepto à segunda-feira, o B.leza distingue-se da maioria das discotecas africanas por ter sempre um grupo a tocar ao vivo. Os ritmos de Cabo Verde prevalecem porque "há mais músicos cabo-verdianos em Lisboa", afirma Alcides Gonçalves, um dos responsáveis pela secção cultural do Casa Pia. "Mas tentamos que seja um espaço lusófono." A peculiaridade do B.leza reside, segundo Alcides Gonçalves, na combinação de dois elementos. "A música ao vivo cria momentos onde aparece a festa. Por outro lado, há um ambiente de mistura cultural entre africanos portugueses e estrangeiros." (fonte: publico.pt)

B.Leza situa-se no Largo do Conde Barão, nº50, 2º, na zona de Santos (Lisboa)

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