20080417

Tea for me...

Saboreio uma tisana de sabores intensos e exoticos. Agrafada a outra ponta do fio do saquinho de infusoes encontro um dizer, umas palavras, um pedaco de sabedoria: <> . Escrevo... um pouco. Desabituei-me e custa soltar-me, mas sei que e apenas uma questao de tempo e de exercicio.
Saboreio o ultimo gole da minha tisana e no fundo do copo nadam num resquicio de agua descolorida uns ideogramas indecifraveis. Quero acreditar que comunicam um futuro auspicioso.
Benvindos ao meu recomecar.

Link do dia

20071102

I love you berserk

ber-serk
adj.
Informal Unrestrained, as with enthusiasm or appetite; wild: berserk over chocolates

Berserk

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"A tradução para a palavra Berserk denota um guerreiro invencível e invulnerável que luta com fúria e causa medo e respeito até mesmo em seus inimigos." (...) "Já o sentido de Berserk em si, é um estado de fúria, quase beirando a loucura. Este estado é tanto físico quanto mental, visto que é necessário um motivo para que uma pessoa "entre" nele." (wikipédia)

20070722

Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio

que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
pois metade de mim é o que ouço
a outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço
que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
a outra metade um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o seu silêncio me fale cada vez mais
pois metade de mim é abrigo
a outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
pois metade de mim é platéia
a outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
pois metade de mim é amor
e a outra metade também
(Oswaldo Montenegro)

20070709

20070520

Vida Selvagem

Este fds fui ver uma exposicao de fotografias de animais selvagens, espectacular!!! As fotos, em formato gigantesco, estao expostas numa pequena praca da cidade de Amesterdao: Westermarkt.
Aqui vos deixo o link do website do fotografo, Steve Bloom que vale a pena visitar!!




20070420

A 180 graus

Ha duas semanas voei de Portugal para a Holanda, mais precisamente para Amesterdao (reparem que de acordo com o Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa suprimiram-se alguns acentos, mas eu prescindi de todos e como para bom entendedor meia palavra basta...). A minha vida mudou a 180 graus... e aos poucos, recomponho-me de tamanha mudanca. Se ha algum tempo ansiava por alguma mudanca na minha vida, esta foi sem duvida A GRANDE MUDANCA, pois nela estao implicadas muitas outras para as quais nao estava preparada. Considero-me uma pessoa flexivel e que se adapta facilmente a situacoes diferentes das ja conhecidas, mas admito que neste momento sinto-me como aquela giboia com um elefante na barriga (naquela digestao letargica da gigantesca refeicao), o desenho numero 1 do narrador de O Principezinho. E aos olhos do comum dos mortais, apenas transparece um chapeu, um inofensivo chapeu... Ao contrario do que esperava, nao esta frio e ate tivemos, no fds passado, um calorao que ate deu para fazer um churrasco e assim comecar a confraternizar com locais migrantes (mais precisamente portugueses). Amesterdao e uma cidade encantadora e que se calcoreia sobre duas rodas. Como a sabedoria popular refere, 'em Roma se (acento circunflexo sobre o e) romano', eu sigo-a (talvez nao a letra): ando de bicicleta laranja por ruas e pontes. Esta fase inicial lembra-me (em parte!!!) quando fui para Florenca-Italia em ERASMUS, pela burocracia a tratar (mas o espirito era completamente diferente). Em breve comeco as aulas de neerlandes, pois se nao fosse pelo ingles andaria aqui as aranhas!!! E tenho-me mantido ocupada com um trabalho voluntario que arranjei numa ONG chamada Both ENDS (e nao so!!). Nessa organizacao, fui muito bem acolhida e espero aprender imenso.
A ver se tiro umas quantas fotos para postar aqui no blog. No entretanto, deixo-vos na expectativa de mais novas com um abraco bem apertado.

20070331

O que é Gaia?

WHAT IS GAIA?

by James Lovelock







Most of us sense that the Earth is more than a sphere of rock with a thin layer of air, ocean and life covering the surface. We feel that we belong here as if this planet were indeed our home. Long ago the Greeks, thinking this way, gave to the Earth the name Gaia or, for short, Ge. In those days, science and theology were one and science, although less precise, had soul. As time passed this warm relationship faded and was replaced by the frigidity of the schoolmen. The life sciences, no longer concerned with life, fell to classifying dead things and even to vivisection. Ge was stolen from theology to become no more the root from which the disciplines of geography and geology were named. Now at last there are signs of a change. Science becomes holistic again and rediscovers soul, and theology, moved by ecumenical forces, begins to realise that Gaia is not to be subdivided for academic convenience and that Ge is much more than just a prefix.

The new understanding has come from going forth and looking back to see the Earth from space. The vision of that splendid white flecked blue sphere stirred us all, no matter that by now it is almost a visual cliche. It even opens the mind's eye, just as a voyage away from home enlarges the perspective of our love for those who remain there.

The first impact of those voyages was the sense of wonder given to the astronauts and to us as we shared their experience vicariously through television, but at the same time the Earth was viewed from outside by the more objective gaze of scientific instruments. These devices were quite impervious to human emotion yet they also sent back the information that let us see the Earth as a strange and beautiful anomaly. They showed our planet is made of the same elements and in much the same proportions as are Mars and Venus, but they also revealed our sibling planets to be bare and barren and as different from the Earth as a robin from a rock.

We now see that the air, the ocean and the soil are much more than a mere environment for life; they are a part of life itself. Thus the air is to life just as is the fur to a cat or the nest for a bird. Not living but something made by living things to protect against an otherwise hostile world. For life on Earth the air is our protection against the cold depths and fierce radiations of space.

There is nothing unusual in the idea of life on Earth interacting with the air, sea and rocks, but it took a view from outside to glimpse the possibility that this combination might consist of a single giant living system and one with the capacity to keep the Earth always at a state most favorable for the life upon it.

An entity comprising a whole planet and with a powerful capacity to regulate the climate needs a name to match. It was the novelist William Golding who proposed the name Gaia. Gladly we accepted his suggestion and Gaia is also the name of the hypothesis of science which postulates that the climate and the composition of the Earth always are close to an optimum for whatever life inhabits it.

The evidence gathered in support of Gaia is now considerable but as is often the way of science, this is less important than is its use as a kind of looking glass for seeing the world diferently, and which makes us ask new questions about the nature of Earth.

If we are "all creatures great and small," from bacteria to whales, part of Gaia then we are all of us potentially important to her well being. We knew in our hearts that the destruction of a whole ranges of other species was wrong but now we know why. No longer can we merely regret the passing of one of the great whales, or the blue butterfly, nor even the smallpox virus. When we eliminate one of these from Earth, we may have destroyed a part of ourselves, for we also are a part of Gaia.

There are many posibilities for comfort as there are for dismay in contemplating the consequences of our membership in this great commonwealth of living things. It may be that one role we play is as the senses and nervous system for Gaia. Through our eyes she has for the first time seen her very fair face and in our minds become aware of herself. We do indeed belong here. The earth is more than just a home, it's a living system and we are part of it.

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